Turismo indígena é opção de lazer para quem visita extremo sul baiano

Porto Seguro, no extremo sul da Bahia, é o marco do descobrimento do Brasil e roteiro para quem busca ter a cultura indígena como atrativo de viagem. A população indígena pode ser encontrada também em cidades vizinhas como Prado, Itamaraju e Santa Cruz Cabrália.

Comprometidos com o desenvolvimento sustentável, os índios das 17 aldeias presentes na região recebem cerca de 50 mil visitantes entre os meses de dezembro e fevereiro. A recepção é feita à caráter – vestidos e pintados conforme a tribo – e com danças e rituais próprios do povo. Quem visita o terreno de 827 hectares de mata nativa da Reserva da Jaqueira, já encontra energia eletríca, banheiros e água encanada.

É possível notar também ocas espalhadas pela reserva, ainda no formato original. Lá, os turistas têm a oportunidade de praticar arco e flecha, adquirir artesanato confeccionado na própria tribo, fazer trilhas e degustar a culinária típica, que inclui pratos como o peixe assado na folha da patioba (espécie de palmeira).

A natureza é a principal atração. Antes de começar o passeio, os turistas participam de palestras e, em seguida, iniciam a trilha de 1,5 km para conhecer espécies raras de plantas e armadilhas usadas pelo povo pataxó. O passeio custa R$ 35 por pessoa. Essa quantia, somada à venda dos colares produzidos na tribo, formam a renda do povo indígena.

Povo Pataxó

Originários da Aldeia de Barra Velha, chamada de Aldeia Mãe, localizada na área indígena do Monte Pascoal, os pataxós estão distribuídos em 17 aldeias dos municípios de Prado, Itamaraju, Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro, com um cacique em cada parte.

A Reserva da Jaqueira, para os pataxós, tem um significado especial. Segundo os índios, esse espaço é sagrado, morada dos espíritos e um lugar de rituais repleto de energia positiva.

Na reserva, eles também desenvolvem atividades como educação ambiental, aliada ao ecoturismo para o desenvolvimento sustentável.

A pintura corporal é um bem cultural para os pataxós. A pintura é feita em festas tradicionais, como ritos de casamento, nascimento, comemorações, dança, luta, sedução, luto e proteção. Rosto, braços, costas e até mesmo as pernas passam pelo processo da pintura, sendo que homens e mulheres recebem um tipo de pintura específica, de acordo com o estado civil. As pinturas têm diversidade de tamanho e significados.

A alimentação deles é composta por raízes e frutos do mar, sendo a mandioca o alimento preferido. A partir dela é feita a bebida sagrada conhecida como kawi, o makaiaba (o beiju) e kuiuna (farinha). Os índios dessa região também cultivam o inhame, a batata, o amendoim, taioba, entre outras raízes. O peixe preparado na folha da patioba também é um alimento indispensável na culinária indígena. Eles acreditam que o peixe servido na folha é um forte agente para o rejuvenescimento do corpo e do espírito. 

No artesanato, os índios utilizam madeiras, sementes, palhas, cipós, argila, penas, bambu, além de barro, na confecção de potes, talhas e panelas. Outros são feitos de cipó, como o caçuar e o cesto. Ainda existem os que são feitos com uruba, a exemplo da peneira e o leque.

Toda esta produção artesanal é condicionada às necessidades diárias da tribo, e em outras situações relacionadas à proteção espiritual.

Os visitantes que queiram conhecer as aldeias precisam agendar data com a Associação Pataxó de Ecoturismo.

Confira a lista de hotéis da região, e venha conhecer um pouco mais da nossa história.

 

Fonte: Globo.com

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