Praias e Cacau Fazem de Ilhéus um Destino Ímpar

Cenário dos livros mais famosos da saga do cacau escrita pelo escritor grapiúna Jorge Amado (1912 – 2001), São Jorge dos Ilhéus foi projetada para o mundo por seu filho emprestado (o autor nasceu em Ferradas, Itabuna) nas páginas de Gabriela, Cravo e Canela e Terras do Sem Fim. Distante a 446 km (ou 303 km, via ferry-boat) da capital baiana, é situada em local privilegiado, cercada por água doce e salgada. O município possui o maior litoral do estado, com praias paradisíacas como Milionários, Havaizinho, Canabrava, Olivença, entre outras.

O centro da cidade fica numa ilha, formada pelos rios Almada, Cachoeira e Itacanoeira (ou Fundão) e pelos canais Jacaré e Itaípe, este construído no final do século 18 pelo engenheiro naval François Gaston Lavigne, oficial do exército de Napoleão, para facilitar a passagem das canoas que levava cacau para o porto.

O Itaípe nasce na Lagoa Encantada, preservada numa Área de Proteção Ambiental. Com 6,4 km², é cercada por fazendas, mata nativa e abriga ilhas flutuantes que se movem ao sabor dos ventos e da correnteza. O acesso se dá pela BA-001, sentido Itacaré.

Um pouco de história

Ilhéus foi fundada como vila em 1534 e elevada a cidade em 1881. A Igreja Matriz de São Jorge, na Praça Rui Barbosa,  hoje abriga o Museu de Arte Sacra. Foi edificada com pedras de cantaria e inaugurada em 1556. Mesmo após reformas mantém o estilo primitivo.

Na segunda metade do século 19 teve início o plantio de cacau. As primeiras sementes da planta nativa da Amazônia foram trazidas do Pará pelo francês Louis Frédéric Warneaux e plantadas na fazenda Cubículo, às margens do rio Pardo, em Canavieiras.

Na década de 1910 foram  construídos belos edifícios públicos como o Palácio do Paranaguá (atual  Prefeitura), a sede da Associação Comercial e  casas como a do coronel Misael Tavares e a da família Berbert, cópia do Palácio do Catete no Rio de Janeiro. Depois foi construído o Ilhéos Hotel, o primeiro com elevador no interior do Nordeste e o Teatro Municipal.

Ilhéus fervilhou de luxo e riqueza e investiu em cultura e educação. Na década de 1950 começaram sucessivas crises que culminaram, no final da década de 1980, com a quase destruição da lavoura de cacau devido à vassoura-de-bruxa. Um movimento de descendentes dos antigos fazendeiros está empenhado em fazer ressurgir a importância do cacau para a Bahia e para o Brasil.

 

Fonte: Jornal A Tarde

 

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