Amarrar uma fitinha do Bonfim no braço e fazer três pedidos. Quem nunca? As fitinhas remontam o final do século XVIII e início do século XIX. Nessa época, elas eram conhecidas como 'medidas do bonfim', que é uma alusão ao tamanho do braço direito da imagem do Senhor do Bonfim que está em cima do altar da Igreja. A fitinha tem aproximadamente 47cm. As medidas eram maiores e mais largas que as atuais e eram fabricadas artesanalmente, com tecidos de melhor qualidade, como seda e linho.
Em 1809, o tesoureiro da Irmandade do Senhor do Bonfim – Manuel Antônio da Silva Serva, fundador do periódico Idade d'Ouro do Brazil, conhecido como Gazeta da Bahia – percebeu que a fitinha era um souvenir muito procurado, antes usada no pescoço e para se pendurar outros amuletos religiosos. Os devotos costumavam trazê-la para as missas e festas religiosas da Igreja.
As atuais fitinhas surgiram por volta da década de 60 do século passado. São feitas com um tecido bem mais simples, o tafetá de poliester, e se tornaram, ao longo do tempo, o principal souvenir da Bahia e do Brasil em todo o mundo. O curioso é que as fábricas das fitinhas são paulistas, e a Irmandade nunca patenteou as mesmas.
Outra curiosidade, é que a 'Devoção ao Senhor do Bonfim' foi introduzida à Bahia por um traficante de escravos, o português Theodózio Rodrigues de Faria, fundador da Irmandade, que era sócio de três navio negreiros e trouxe a primeira imagem do Bonfim, em 1740. O Senhor do Bonfim e a Igreja se tornaram símbolos do sincretismo religioso e dos cultos afro.
E você, já amarrou uma Fitinha do Bonfim no braço? Tá esperando o quê? Venha viver a Bahia!
Fontes: GNT; Arquidiocese Salvador; Bahia