Festa Nossa Senhora de Santana

As tradições populares nascem onde a cultura naturalmente se instala. A história vai se misturando com a fé, a alegria, a inteligência e o desespero de viver. Assim se forma a amalgama que perpetua a personalidade de uma gente. Querer o nascimento da Lavagem do Rio Vermelho pra se somar às comemorações da Festa de Nossa Sra. Santana é tão natural quanto gostar de ser baiano. E ser baiano, na sua essência, é ter dentro de si, sem precisar pensar, o sincresmo religioso, a pluralidade dos gostos, a admiração pela autencidade e diferenças; é ser profundo e não ser apenas folclórico. Por isso, esta Lavagem do Rio Vermelho já surge como uma festa tradicional da Bahia, pois assim como Deus, Nanã e Alá existem sem precisarem serem vistos, esta festa já exisa no coração e no pensamento de todos que conhecem o Rio Vermelho. A Lavagem, que vem pra se somar à Festa Religiosa de Nossa Sra. Santana, nasce com as caracteríscas do útero deste bairro. Tem que ser uma Lavagem Cultural pra ser autênca.

Assim como a Lavagem do Bonfim homenageia Oxalá e a de Nossa Sra. da Purificação (Sto. Amaro) homenageia Oxum, a Lavagem de Santana homenageará Nanã. Nanã é o Orixá que tem como elemento a água parada e “o saco da criação”, que é a terra para formar a lama. Assim, surge a lama sagrada que favorece o nascimento da vida e tudo que nela existe.

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