Baixio começa a se consolidar como destino ecológico

Samuel e Silvana Silva, naturais de Salvador, moram há mais de 20 anos em Boston, nos Estado Unidos. De férias no início de março, eles procuraram um destino para fugir dos cerca de 15 graus negativos do Hemisfério Norte e, claro, escolheram a Bahia.

Mas o casal passou batido pela capital e foi parar uns 125 km depois, com os filhos Joseph e Ana Esther. Em Baixio, eles tiveram certeza de que não deram viagem debalde.

"Achei o lugar exuberante. Em relação ao contato com a natureza, compararia com um pedacinho da Chapada Diamantina. Mas mandei fotos para amigas do exterior e algumas disseram que era o caribe da Bahia", conta.

Destino exclusivo

Estando lá, não é difícil compreender a comparação com duas realidades tão diferentes. Baixio é, a um só tempo, pacata e deslumbrante.

O pequeno distrito do município de Esplanada cresceu em torno de uma única fazenda onde estão incrustrados três tesouros em forma de lagoas com nomes sugestivos: Azul, Verde e da Panela.

A vila inspira sossego com casas simples, bancos nas calçadas e moradores que acordam junto com o sol e vão dormir antes da novela das nove. Enquanto isso, a propriedade privada, adquirida há seis anos pela incorporadora Prima, caminha para se tornar um destino de alto padrão.

"Exclusivo, mas não elitista", diz Humberto Filho, sócio da Bahiaventura, empresa especializada em turismo ecológico que foi convidada pela Prima para implementar a Baixio Turismo. "Queremos qualificar o fluxo de visitantes, mas no sentido de atrair pessoas que queiram estar em contato com a natureza e entendam que esse é um destino a ser preservado", acrescenta.

Guia local

Para cumprir essa tarefa, a empresa de turismo conta com o trabalho de profissionais da própria comunidade. "Nossa intenção é transformar o lugar em um destino ecológico sustentável, trabalhando exclusivamente com equipe local, para que eles se sintam inseridos no processo e sejam os atores",  diz Humberto Filho.

Ele fala de gente como Antônio Mota, de 35 anos, que nasceu em Baixio e nunca morou em outro lugar. Guia turístico há dois anos, ele aproveita as duas folgas semanais para fazer aquilo que aprendeu desde cedo com o pai: pescar.

"Gosto de pescar à noite. É melhor porque o peixe não vê a gente", conta Tonho, como prefere ser chamado, que se divide entre o mar e o rio. De dia, ele troca de papel para acompanhar os visitantes nos passeios às lagoas.

Lagoa, rio e mar

A Azul é a mais próxima da vila e é possível acessar até a pé. Essa missão é quase impossível para quem quer conhecer Verde, que fica distante cerca de 13 quilômetros, depois de um tortuoso caminho de terra e vegetação que só pode ser vencido a bordo de um veículo com tração nas quatro rodas.

A Lagoa da Panela é a próxima do roteiro, mas o passeio não precisa acabar por aí. Além de tornar obrigatório um banho nas águas cristalinas das lagoas, a paisagem convida para apreciar o encontro do rio com o mar, no Mamucabo e na Barra do Inhambupe.

 

 

FONTE: A Tarde, por Daniela Castro

 

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